segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MINHA LONA É DO TAMANHO DO CÉU, E MINHA BILHETERIA É O MEU CHAPÉU

Texto do Parceiro Pedro Milhomens retratando um pouco do que é trabalhar na rua. Como o próprio verbo que usei: TRABALHAR

"Eu sou Pedro Milhomens, tenho 26 anos, cozinheiro formado pelo Senac, Educador Ambiental no Projeto Arte na Terra, Palhaço da cia Confraria Dos Pândegos; um grupo de Teatro de Rua e Circo, enfim, sou Artista de Rua. Eu não acredito que trabalho na Rua Paulo Henrique Manzano. Eu trabalho no circo. Minha lona é do tamanho do céu, e minha bilheteria é o meu chapéu. Meu circo é onde eu estou, meu circo é o mundo inteiro. Eu não sou Artista de Rua por falta de opção. Eu sou Artista de Rua porque isso me faz bem. Eu não tenho problema em acordar cedo e ir trabalhar, o que me chateia é a rotina, a imposição do sistema. E se isso me chateia, não tem porque eu viver isso. Ana, muito legal não ter pena, Afinal, nós não somos dignos de Pena. Somos sim como qualquer outra pessoa, que luta muito. E estamos lá por vontade própria, não estamos "ferrados na vida" como a maioria pensa. Nós Artistas de Rua estamos sim fora dos padrões que o sistema impõe, e quando quebramos esse padrão, nós causamos um choque na sociedade. Eu compreendo perfeitamente os comentários do Paulo, e acredito que ele é mais um alienado que assisti muita televisão. Nós vivemos num contexto social que se a gente não estiver estudando ou sendo explorado trabalhando pra alguém, está errado, e isso é uma cultura, e é muito difícil mudar isso. Mas antes de chamar alguém de vagabundo, eu sugiro que vá pra rua ver o que está acontecendo, muita coisa esta acontecendo nesse mundo, muita coisa boa e muita coisa ruim, nós como artistas de rua, tentamos levar a alegria pro publico, sem cobrar ou intimidar, deixamos o nosso publico o mais a vontade possível. Somos do BEM! Fazemos nossa arte e quem reconhece, quem pode, quem quer, Colabora com a Arte, para que ela continue pelas ruas. Vagabundo é quem explora, e isso nós não fazemos, nós não pedimos, nós apenas vendemos nossa arte para quem gosta, e o publico paga o quanto achar que vale e o valor da contribuição é o de menos. O mais bacana são os sorrisos nos rostos. Isso sim me da energia pra continuar. Jaboticabal é uma cidade especial, já fui trabalhar 3 vezes nessa cidade, e sempre fomos bem recebidos. Meu companheiro Chico Curi e eu gostamos muito dessa cidade e nos identificamos com ela, e tudo isso, pela recepção que tivemos. É muito bom tirar o sorriso de alguém, mas quando isso se inverte e alguém tira o nosso, é demais, e essa cidade nos proporciona isso. Todo dia é um novo dia e uma forma nova de aprender coisas novas, a RUA nos ensina isso. Claudia Rosa, legal sua posição, mas NÃO, eu Não preferia estar numa sala com ar condicionado, mas SIM queria que o ser humano fosse menos ignorante. Eu trabalho para subverter o sistema, para levar a mensagem de que Não precisamos ser alienados, de que podemos nos AMAR ao invés de julgar. Gratidão a todos que reconhecem o nosso trabalho. Gratidão Jaboticabal pela recepção. Gratidão Ariel Gricio, pela parceria! Caso queiram saber mais do nosso trabalho, Blog da Confraria dos Pandegos www.confrariadospandegos.blogspot.com.br Bju Bju Alegria Alegria"